Oh mar de sombra, de nuvens densas
ao meio, eu.
Busco luz
sol
calor...
o vento sopra
vento gelado
que arranha minha alma
*kenosis!
de mim
de Ti...
onde ficou mais vazio?
onde ficou resquício?
onde sobrou lama?
meu límpido castelo interior,
desfeito
ou estou na morada das moradas?
solidão
de mim
de ti
de tudo...
Preso no eco
meu coração
pulsa
e seu pulsar ecoa
como batida seca de sino no alto da catedral
ao longe se escuta
mas parece
não chegar ao céu.
Será que meu clamor é por demais?
Devo como
os santos
abandonar
as cegas
esperar, esperar
mas minha brancura
não é a mesma
e o sol, que aparece no meio das nuvens ... você sabe,
me queima;
e por onde tenho andado....
ah meus passos *são lentos, pesados
e por onde ando, fujo do amor
fujo de mim
em busca de Ti
fujo de Ti
em busca de mim.
Nas sombras
busco um único amor,
mas meu castelo
tá vazio
espero que seja só por um tempo, espero que logo
pois meus olhos se gastam:
de aflição, de espera, de angustia...
Solidão
alma minha
mendiga
clama
sequiosa
seria tortura minha
seria tortura tua?
minha sela
espera pelo hóspede,
o Divino Hóspede...
e quando virás?
Só sei que espero
e mesmo que eu não queira ainda espero.
Jucélio Silva